A PENEIRA DA SABEDORIA
Um homem aproxima-se de seu Mestres e lhe diz: Mestre, vou lhe contar o que disseram do João...
O Mestre, com sua infinita sabedoria, responde: Calma. Antes de me contares algo que possa Ter relevância, te pergunto: já fizeste passar a informação pelas três peneiras da sabedoria? Peneiras da sabedoria? Não. Elas não me foram mostradas – argumentou.
Ø Sim. Só não te ensinei porque não era chegado o momento. Porém, escuta-me com atenção: tudo que te disserem de outrem, deve passar antes pelas peneiras da Sabedoria. A primeira é a da verdade. Eu te pergunto:
Ø Tens certeza de que o que te contaram é realmente verdadeiro?
Meio sem jeito, ele replicou:
Ø Bem. Realmente não tenho certeza. Sei apenas o que me contaram...
O Mestre continuou:
Ø Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na Segunda, que é a peneira da Bondade. Pergunto:
Ø trata-se de algo que gostarias que falassem de ti?
Ø De maneira alguma, Mestre. Evidente que não!
Ø Então, se trata de algo que passou pelos furos da Segunda peneira, já nas cruzetas da terceira e última peneira. Realizo, portanto, a derradeira pergunta:
Ø Achas mesmo necessário passar adiante essa história sobre teu irmão e companheiro?
Ø Não, Mestre. Absolutamente!- respondeu.
Ø Então, disse o sábio, ela acaba de vazar os furos da peneira da Necessidade, perdendo-se na imensidão da terra. Não sobre nada para contar.
Ø Entendi, querido Mestre. Doravante somente as boas palavras terão caminho em minha boca. Finalizou o sábio:
Ø És agora um mestre completo. Volta ao teu povo. Afinal, terminaste o aprendizado. Lembra-te sempre, todavia: As abelhas, construtoras do criador, nas imundícies dos charcos, buscam apenas as flores para suas laboriosas atividades, enquanto as nojentas moscas buscam, em corpos sadios, as chagas e feridas que as mantém vivas.